"Alguns cristãos têm se afastado da crença na vinda literal e física de Jesus e da fé em uma restauração sobrenatural do Reino de Deus na Terra. Em vez disso, imaginam que nós mesmos precisamos edificar o reino. Pense nas tentativas passadas de fazer algo similar. Por que deveríamos achar que as futuras tentativas poderiam se sair melhor?"
Exemplo desse afastamento da crença de que o Reino de Deus na Terra está por vir pode ser lido neste texto do teólogo católico, o coreano Jung Mo Sung (9.641 seguidores em @jungmosung), publicado no site ADTTAL, sob o título Água, o futuro e dois tipos de esperança.O teólogo, tendo como pano de fundo do Dia Mundia da Água, comemorado no último dia 22, procura identificar duas possíveis razões para que muitos não se preocupem com a questão da escassez futura desse bem num futuro próximo se nada for feito.
Dois tipos de "esperança", segundo ele, levariam as pessoas a não se conscientizarem dessa questão, a "expectante" e a "apocalíptica".
A "expectante" ou "tudo vai ficar bem" é assim definida no artigo:
"Se "tudo vai acabar bem”, por que deveríamos levar a sério a ameaça de um futuro sombrio para humanidade por conta do desperdício da água potável? Quem compartilha dessa esperança "sabe” que Deus dará um jeito para resolver o problema no futuro. A esperança por detrás do "tudo vai acabar bem” é um tipo de esperança que pode conduzir a uma catástrofe. É um tipo de esperança que H. Hannoun chamou de "esperança expectante”, que apenas espera."A "apocalíptica":
"Há, especialmente entre cristãos mais fundamentalistas, um outro tipo de esperança que leva as pessoas a não fazer nada diante do desafio. É a esperança "apocalíptica” fundamentalista de que o mundo só terá jeito após a volta de Jesus, e essa volta será precedida por grandes catástrofes. Neste sentido, a crise da água potável seria um sinal positivo, pois apressaria a volta de Jesus."E, a seguir, sua crítica aos por ele chamados de cristãos fundamentalistas e a visão historicista e dirigida por Deus como nós, os adventistas:
"As pessoas e os povos só atuarão de verdade e efetivamente se levarem a sério a ameaça que enfrentamos. E para levar a sério esse desafio, devemos abandonar as concepções "teológicas” de histórias dirigidas ou guiadas por deuses, Espírito ou por algum tipo de "lei da história”. Precisamos assumir, intelectual e existencialmente, que o futuro está aberto diante de nós. Mas, não nos engajamos nas lutas difíceis só porque descobrimos problemas graves. É preciso de uma força espiritual que nasce da esperança! Esperança essa que não seja somente "expectante”, mas que leva a uma ação. Uma esperança que nasce de uma fé de que o mundo e o futuro podem ser melhores; uma esperança que nos convoca para ação."O futuro, com certeza, está aberto para nós, mas o retorno à Terra da Criação, só depois que Cristo voltar pela 2a vez. Podemos concordar com o teólogo Jung que isto não pode servir de desculpa para destruirmos a terra, desperdiçarmos a água ou outros bens limitados. Aliás, é certo que Deus destruirá aqueles que destroem a Terra.
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