quinta-feira, 14 de julho de 2011

OS TERREMOTOS E A VOLTA DE JESUS - Pr. José Carlos Ramos

OS TERREMOTOS E A VOLTA DE JESUS

O pecado é o principal fator de desequilíbrio em nosso planeta, e a instabilidade geológica é decorrência dele. Não posso crer que a Terra tenha sido originalmente firmada pelo Criador sobre oscilantes placas tectônicas impregnadas de fissuras e rodeadas por falhas. Creio que, ao sair das mãos de Deus, a Terra era um todo harmônico, perfeito e solidamente estabelecido. Uma crosta maciça, compacta, inabalável servia de esteio para o planeta destinado a ser o habitat do ser humano.

Como disse o poeta de Israel, Deus "firmou o mundo para que não se abale" (l Cr 16:30).

Mas a rebelião se infiltrou, gerando transitoriedade, inconstância, inconsistência, fragilidade e risco.


Para um grande número de geólogos, a formação das placas tectónicas e das falhas geológicas se processou no transcurso de milhões de anos. Porém, para os que crêem na Bíblia, elas se originaram do dilúvio universal que sobreveio à Terra mais ou menos dezesseis séculos depois de ter sido criada. A era antediluviana não deve ter conhecido nenhum tipo de tremor, mas por ocasião do dilúvio "romperam-se todas as fontes do grande abismo" (Gn 7:11). "Os fundamentos do grande abismo... se partiram. Jatos de água irrompiam da terra, com força indescritível, arremessando pedras maciças a muitos metros para o ar; e ao caírem, sepultavam-se profundamente no solo" (Ellen G. White, História da Redenção, p. 66,67). A crosta terrestre foi literalmente fragmentada, originando condições ideais para futuros terremotos.

Além disso, homens, animais e plantas foram tragados pela fúria das águas e arremessados às profundezas. Ali, agregados a elementos químicos, se tornar am finalmente matéria em combustão abaixo da crosta terrestre. "Nesse tempo, imensas florestas foram sepultadas. Estas foram depois transformadas em carvão, formando as extensas camadas carboníferas que hoje existem, também fornecendo grande quantidade de óleo. O carvão e o óleo frequentemente se acendem e queimam debaixo da superfície da terra. Assim as rochas são aquecidas, queimada a pedra de cal, e derretido o minério de ferro. A ação da água sobre a cal aumenta a fúria do intenso calor, e determina os terremotos, vulcões e violentas erupções. Vindo o fogo e a água em contato com as camadas de pedra e minério, há graves explosões subterrâneas... Seguem-se erupções vulcânicas; e, deixando estas muitas vezes de dar vazão suficiente aos elementos aquecidos, a própria terra é agitada, o terreno se ergue e dilata-se como as ondas do mar, aparecem grandes fendas" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 108).

Conhecedor das leis naturais, Satanás pode, naturalmente, provocar terremotos. Certamente aquele que tem prazer na destruição, principalmente de vidas, está por trás de muita catástrofe que tem castigado o planeta. Mas terremotos também cumpr em um propósito divino, como os ocorridos por ocasião da morte de Jesus (Mt 27:51-54), de Sua ressurreição (28:2), e naquela noite em que Paulo e Silas estiveram acorrentados no cárcere em Filipos (At 16:26).

O homem também pode causar terremotos, e o tem feito através de explosões subterrâneas e pela formação de grandes represas artificiais. É possível que a demasiada extração de petróleo esteja, de alguma forma, contribuindo para a incidência de tremores.

Sinal do fim - Terremotos são declaradamente um sinal da proximidade da volta de Jesus. "Haverá grandes terremotos", disse Ele em Seu sermão profético (Lc 21:11).

Tem-se notícia de terremotos desde o longínquo passado (cf. lRs 19:11; Am 1:1; Zc 14:5; At 16:26). O que torna, então, os de nossos dias um sinal do fim? Precisamente o fato de as predições proféticas os incluírem.

Por exemplo, consideramos o terremoto de Lisboa (1º de novembro de 1755) como o que marca a abertura do sexto selo (Ap 6:12) não porque simplesmente o escolhemos entre outros, mas porque levamos em conta quando e onde ele ocorreu e o fato de estar em um contexto amplo de cumprimento profético. Esse contexto envolve o escurecimento do Sol, em 1780, o fim dos 1.260 anos de supremacia papal, em 1798, a queda das estrelas, em 1833, e o fim das 2.300 tardes e manhãs de Dani el 8:14, em 1844 - eventos significativos da aproximação do tempo do fim. Outro ponto foi o assustador aumento de terremotos devastadores, particularmente após 1755 (veja o quadro). Bem analisados, os males que sempre caracterizaram a vida de nosso planeta se acentuam nos dias finais. Por exemplo, a baixa moral de Sodoma ganharia proporções mundiais (Lc 17:28-30). Ou t ro exemplo - a guerra, que já ocorria nos dias de Abraão (Gn 14:1,2), seria incrementada com o passar do tempo até o nível de conflitos mundiais, quando o fim se aproximasse (Mt 24:6,7).

O mesmo ocorre com os abalos sísmicos. A profecia prevê para o fim não só grandes terremotos, mas fala deles como ocorrendo em muitos lugares (Mt 24:7; Mc 13:8). Há um sentido de intensificação aqui. Estações sismológicas, implantadas em pontos estratégicos ao redor do mundo, registram a ocorrência de um milhão de vibrações sísmicas por ano, entre as quais há, em média, um terremoto de grandes proporções, 18 abalos significativos e cerca de 120 tremores considerados fortes.

Ilustrando a onda avassaladora dos terremotos de nossos dias, mencionamos um de 9 graus na escala Richter, ocorrido em 26 de dezembro de 2004 e que assolou o sudeste da Ásia, matando mais de 280 mil pessoas em 11 países; aquele que provocou as ondas gigantes (tsunamis), as quais também invadiram países da África Oriental. Esse foi considerado o mais longo da História, criando uma falha submarina de 1500 quilômetros, sacudindo o planeta. Diante do que o mundo testemunhou, as palavras de Ellen G. White soam pertinentes: "Nas últimas cenas da história terrestre... as águas do oceano transporão seus limites. Propriedades e vidas serão destruídas" [Eventos Finais, p. 24).

Logo em seguida (8 de janeiro de 2005), a região foi atingida por outro terremoto de intensidade menor (7.6 na escala Richter).

Último terremoto - Os noticiários dão conta que 2010 começou sacudindo nosso planeta. Nos primeiros 19 dias do ano, houve terremotos no Haiti, na Argentina, em Papua-Nova Guiné, no Irã, na Guatemala, El Salvador e Chile. Os tremores continuaram em fevereiro, culminando com outro terremoto no Chile, dessa vez de magnitude 8,8 na escala Richter, com um minuto de duração. Resultados: um milhão de prédios danificados numa área equivalente a 80% do território do país, e a mor te de 497 pessoas (dados até 8 de março/2010).

De fato, a instabilidade da Terra se acentua mais e mais no decorrer do tempo. Como disse o profeta: "a Terra está de todo quebrantada, ela totalmente se romperá, a Terra violentamente se moverá. A Terra cambaleiará como um bêbado, e balanceará como rede de dormir" (Is 24:19,20). A fragilidade do planeta continuará se intensificando até que o último e mais terrível de todos os terremotos ocorra, por ocasião da sétima praga; um terremoto "como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra" (Ap 16:18).

Comentando os lances de destruição que se abatem sobre a Terra em virtude das novas circunstâncias do mundo geradas pelo dilúvio, Ellen G. White acrescenta: "Estas assombrosas manifestações serão mais e mais frequentes e terríveis precisamente antes da segunda vinda de Cristo e do fim do mundo, como sinais de sua imediata destruição... Manifestações mais terríveis do que as que o mundo jamais viu, serão testemunhadas por ocasião do segundo advento de Cristo... Unindo-se os raios do céu com o fogo na Terra, as montanhas arderão como uma fornalha, e derramarão terríveis correntes de lava, submergindo jardins e campos, vilas e cidades. Massas fervilhantes derretidas, ao serem arremessadas nos rios, farão com que as águas entrem em ebulição, arremetendo rochas maciças com indescritível violência, e espalhando seus fragmentos sobre a terra. Rios se tornarão secos. A Terra se convulsionará, por toda parte haverá tremendos terremotos e erupções" [Patriarcas e Profetas, p. 107-109).

Pelo poder da graça, precisamos fazer o preparo necessário para permanecermos de pé no dia final. E não esqueçamos: só em Deus há segurança. Ele é rocha, alto refúgio e salvação. Quem nEle confia pode dizer como Davi: "não serei jamais abalado" (Sl 62:6). Até mesmo no dia em que Jesus voltar.


JOSÉ CARLOS RAMOS, jubilado, foi professor de Teologia

Fonte - Revista Adventista - Jun/10 - p. 12-14

Um comentário:

Pablo Melani Teixeira disse...

Não, gostei do texto pode denunciar esse texto pode excluir esse texto e não faça mais esse texto de Novo,