segunda-feira, 19 de março de 2012

Novo site do Vaticano reúne suas publicações

http://www.vatican.va
O Vaticano, através da CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, lançou o site DOCTRINA FIDEI que reúne os textos publicados por esta congregação e aprovados pelo papa. É interessante pois concentra num endereço virtual documentos que estão espalhado no site oficial do Vaticano.

Textos que destacamos para leitura:
  • Declaração "DOMINUS IESUS" sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja. Esta declaração é do cardeal Ratzinger enquanto prefeito da Congregação, antes de ser escolhido papa. Entre outras declarações, o texto conclui:
"Os Padres do Concílio Vaticano II, debruçando-se sobre o tema da verdadeira religião, afirmaram: « Acreditamos que esta única verdadeira religião se verifica na Igreja Católica e Apostólica, à qual o Senhor Jesus confiou a missão de a difundir a todos os homens, dizendo aos Apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações, baptizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinai-lhes a cumprir tudo quanto vos mandei” (Mt 28,19-20). Por sua vez, todos os homens estão obrigados a procurar a verdade, sobretudo no que se refere a Deus e à sua Igreja, e a abraçá-la e pô-la em prática, uma vez conhecida ».99"
Afora estes textos, e de não menos importância, destaco algumas encíclicas do papa João Paulo II, encontráveis no sita do Vaticano e que seguem com seus respectivos links:
  • UT UNUM SINT, pelo movimento ecumênico patrocinado pela igreja católica. Uma frase significativa como consta do parágrafo 8:
 "Esta asserção do Decreto Unitatis redintegratio há-de ser lida no contexto de todo o magistério conciliar. O Concílio Vaticano II exprime a decisão da Igreja de assumir a tarefa ecuménica em prol da unidade dos cristãos e de a propor convicta e vigorosamente: « Este sagrado Concílio exorta todos os fiéis a que, reconhecendo os sinais dos tempos, solicitamente participem do trabalho ecuménico »."
  • Carta apostólica DIES DOMINI, em que explica e historia, segundo a visão católica a santificação do Domingo em substituição do Sábado. 
Este parágrafo (3), logo no início da carta, explica bem a origem da guarda do domingo:
"A sua importância fundamental, reconhecida continuamente ao longo de dois mil anos de história, foi reafirmada vigorosamente pelo Concílio Vaticano II: « Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina do Senhor ou domingo ».(5) Paulo VI ressaltou novamente a sua importância, quando aprovou o novo Calendário Geral romano e as Normas universais que regulam o ordenamento do Ano Litúrgico.(6) A iminência do terceiro milénio, ao solicitar os crentes a reflectirem, à luz de Cristo, sobre o caminho da história, convida-os também a redescobrir, com maior ímpeto, o sentido do domingo: o seu « mistério », o valor da sua celebração, o seu significado para a existência cristã e humana." 
 Vale a pena ler o capítulo 1 - DIES DOMINIA, onde demonstra ser o Sábado a origem do dia de descanso. No final deste, o parágrafo 18 conclui pela mudança do Sábado para o domingo dessa forma:
"Por esta dependência essencial que o terceiro mandamento tem da memória das obras salvíficas de Deus, os cristãos, apercebendo-se da originalidade do tempo novo e definitivo inaugurado por Cristo, assumiram como festivo o primeiro dia depois do sábado, porque nele se deu a ressurreição do Senhor. De facto, o mistério pascal de Cristo constitui a revelação plena do mistério das origens, o cume da história da salvação e a antecipação do cumprimento escatológico do mundo. Aquilo que Deus realizou na criação e o que fez pelo seu povo no êxodo, encontrou na morte e ressurreição de Cristo o seu cumprimento, embora este tenha a sua expressão definitiva apenas na parusia, com a vinda gloriosa de Cristo. N'Ele se realiza plenamente o sentido « espiritual » do sábado, como o sublinha S. Gregório Magno: « Nós consideramos verdadeiro sábado a pessoa do nosso Redentor, nosso Senhor Jesus Cristo ».(14) Por isso, a alegria com que Deus, no primeiro sábado da humanidade, contempla a criação feita do nada, exprime-se doravante pela alegria com que Cristo apareceu aos seus, no domingo de Páscoa, trazendo o dom da paz e do Espírito (cf. Jo 20,19-23). De facto, no mistério pascal, a condição humana e, com ela, toda a criação, que geme e sofre as dores de parto até ao presente (cf. Rom 8,22) conheceu o seu novo « êxodo » para a liberdade dos filhos de Deus, que podem gritar, com Cristo, « Abba, Pai » (Rom 8,15; Gal 4,6). À luz deste mistério, o sentido do preceito vetero testamentário do dia do Senhor é recuperado, integrado e plenamente revelado na glória que brilha na face de Cristo Ressuscitado (cf. 2 Cor 4,6). Do « sábado » passa-se ao « primeiro dia depois do sábado », do sétimo dia passa-se ao primeiro dia: o dies Domini torna-se o dies Christi!"

O parágrafo 47 exorta sobre a obrigação da presença na Missa aos domingos:
"O Código de Direito Canónico, de 1917, compilou pela primeira vez a tradição numa lei universal.(81) O Código actual confirma-a, dizendo que « no domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na Missa ».(82) Essa lei foi normalmente entendida como implicando obrigação grave: assim o ensina o Catecismo da Igreja Católica, (83) sendo fácil de compreender o motivo, quando se considera a importância que o domingo tem para a vida cristã."

Os parágrafos 59, 60, 61, 62 e 63, sob o título de O cumprimento do sábado procuram dar ao domingo a mesma santidade do sábado, na tentativa de convencer os católicos a guardarem o sábado como era feito no Velho Testamento. 

Nos parágrafos 67 e 68 vem a defesa de leis civis que permitam o não trabalho aos domingos e a confirmação da tese da encíclica de que o sábado era o dia de Deus e o domingo o dia do Senhor e assim o dia do homem. Vejam:

"Por isso, é natural que os cristãos se esforcem para que, também nas circunstâncias específicas do nosso tempo, a legislação civil tenha em conta o seu dever de santificar o domingo. Em todo o caso, têm a obrigação de consciência de organizar o descanso dominical de forma que lhes seja possível participar na Eucaristia, abstendo-se dos trabalhos e negócios incompatíveis com a santificação do dia do Senhor, com a sua alegria própria e com o necessário repouso do espírito e do corpo. (112)
68. Uma vez que o descanso, para não se tornar vazio nem fonte de tédio, deve gerar enriquecimento espiritual, maior liberdade, possibilidade de contemplação e comunhão fraterna, os fiéis hão-de escolher, de entre os meios da cultura humana e as diversões que a sociedade proporciona, aqueles que estão mais de acordo com uma vida segundo os preceitos do Evangelho. Nesta perspectiva, o descanso dominical e festivo adquire uma dimensão « profética », defendendo não só o primado absoluto de Deus, mas também o primado e a dignidade da pessoa sobre as exigências da vida social e económica, e antecipando de certo modo os « novos céus » e a « nova terra », onde a libertação da escravidão das necessidades será definitiva e total. Em resumo, o dia do Senhor, na sua forma mais autêntica, torna-se também o dia do homem."
Ao final, no parágrafo 85, dá-se um caráter escatológico ao domingo, obviamente sem citar Isaías que nos remete à guarda do sábado também na eternidade (De uma lua nova a outra e de um sábado a outro, toda a humanidade virá e se inclinará diante de mim", diz o Senhor. Isaías 66:23). Vejam:
"Instituído para amparo da vida cristã, o domingo adquire naturalmente também um valor de testemunho e anúncio. Dia de oração, de comunhão, de alegria, ele repercute-se sobre a sociedade, irradiando sobre ela energias de vida e motivos de esperança. O domingo é o anúncio de que o tempo, habitado por Aquele que é o Ressuscitado e o Senhor da história, não é o túmulo das nossas ilusões, mas o berço dum futuro sempre novo, a oportunidade que nos é dada de transformar os momentos fugazes desta vida em sementes de eternidade. O domingo é convite a olhar para diante, é o dia em que a comunidade cristã eleva para Cristo o seu grito: « Maranatha: Vinde, Senhor! » (1 Cor 16,22). Com este grito de esperança e expectativa, ela faz-se companheira e sustentáculo da esperança dos homens. E domingo a domingo, iluminada por Cristo, caminha para o domingo sem fim da Jerusalém celeste, quando estiver completa em todas as suas feições a mística Cidade de Deus, que « não necessita de Sol nem de Lua para a iluminar, porque é iluminada pela glória de Deus, e a sua luz é o Cordeiro » (Ap 21,23)."
Concluindo, notamos que esta Carta Apostólica de 1998, redigida pelo então papa João Paulo II, que tinha como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé o seu sucessor, cardeal Ratzinger, toda a teologia para estabelecimento do domingo como um dia de guarda universal.

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